O Self, Consciência e Mente a luz de Patânjali
Segundo Patânjali em seu Yoga Sutra IV.19 este diz: “Estas flutuações da consciência, não têm luz própria, pois são vistas (objetos)”. O professor Satchidananda ao comentar esse verso diz: “A consciência (citta) é um objeto para o Self ou Aquele-que-vê e é na Luz do Self que a consciência é capaz de perceber. A consciência reflete a Luz do Self. Sem o Self, a consciência não perceberia os objetos externos. Não pode haver um observador d´Aquele que vê. É por isso que Aquele que-vê tem luz própria. Isto exprime com grande similaridade a descrição feita pelo budismo tibetano sobre a luminosidade da mente, que é denominada sambhogakaya ou corpo de regozijo. A mente também não têm luz própria, pois é conhecível. O que é conhecível é bem diferente d´Aquele-que-conhece. Modificações da mente, como apego, medo, raiva etc., tornam-se, assim, objetos ou conhecíveis. Somente o sujeito puro, Aquele-que-vê, pode ter luz própria. Aquele-que-vê é o Infinito Luminoso, a essência que se esconde atrás da consciência individual com todas as suas flutuações e seu instrumento, a mente”.
Em outras palavras, podemos entender que para Patânjali a consciência e a mente não têm luz própria, e sim o Self ou Aquele-que-vê. Aquele-que-vê por ter luz própria, ele faz com que através de sua luz esta ilumine os objetos da experiência fazendo com que a consciência e a mente possam identificar e interpretar os objetos da experiência, sejam eles objetos externos ou até mesmo as próprias manifestações ou flutuações da mente através de pensamentos, sentimentos, emoções, sensações corporais e imagens mentais.
Para Patânjali, seria então o nosso Self ou Aquele-que-vê é que faz com que as coisas observadas (objetos) e sentidas possam ser interpretadas, pois assim, nenhum objeto ou a consciência e mente por não terem luz própria não podem ver e por isso apenas vistas pelo Self, pois só se pode ver a partir daquilo que emana luz própria ou que sua própria luz incida sobre os objetos da percepção e estes então passam a refletirem.
Esse conceito faz com que nós
entendamos, porque também os Budistas Tibetanos dizem que tudo existe a partir
da natureza iluminada da mente primordial (mente aqui, não é o mesmo que mente
para Patânjali e sim uma mente como Patânjali vai descrever como
Aquele-que-vê). É como se ao entendermos que só aquilo que têm luz própria pode
ser visto, a consciência e a mente por não a terem, passamos a compreender que
tudo aquilo que é visto e sentido, têm por de trás a natureza primordial
iluminada do Self (Aquele-que-vê), ou seja, a natureza primordial daquele-que-vê
(Self, Deus, Brahman, a natureza iluminada da mente), está permeando tudo
aquilo que você experiência sejam nos níveis mais densos da matéria até o mais
sutil do espírito-energia.
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