segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

A INVESTIGAÇÃO BIOLÓGICA DA MENTE E A INVESTIGAÇÃO INTROSPECTIVA DA MENTE A PARTIR DE NÓS MESMOS

 


A INVESTIGAÇÃO BIOLÓGICA DA MENTE E A INVESTIGAÇÃO INTROSPECTIVA DA MENTE A PARTIR DE NÓS MESMOS

Quando pensamos no amplo espectro do que significa “a mente” entendendo-a como algo não limitado a uma visão biológica ou material da vida e por não ser através da investigação laboratorial física que compreenderemos a sua natureza, mas sim de uma maneira de investigação aonde o laboratório torna-se a própria prática contemplativa do sujeito, a partir de sua própria humanidade, compreendemos que nós mesmos tornamo-nos o instrumento dessa jornada de investigação. Sempre gosto de contemplar sobre os possíveis terrenos inexplorados pela nossa ciência que ainda não estão sendo investigados com a devida atenção e nesse aspecto a meditação e a própria natureza da mente nos dias de hoje vem sendo muito bem investigada do ponto de vista das ciências naturais e epistemologias materialistas como no caso das neurociências que olham para o tema a partir das relações da mente e da introspecção meditativa ligando às suas fenomenologias como pensamentos, emoções, sentimentos a correlatos neurais biológicos, porém, a investigação da mente nas neurociências dá por encerrada suas pesquisas aos limites da  biologia pelo simples fato das epistemologias das ciências naturais não terem abertura a estudar qualquer entidade de ordem do não físico, como no caso da mente.

As pesquisas e achados que veem sendo desenvolvidos pelas neurociências são de inquestionável relevância, mas ainda falta também as ciências naturais e humanas, debruçarem-se sobre esses temas do ponto de vista de epistemologias não materialistas e investigarem a natureza da mente a partir de métodos introspectivos de meditação, como diz Alan Wallace: “Contemplativos no Oriente e no Ocidente, porém, exploraram a natureza da mente, da consciência e a identidade humana, e creio que iluminaram dimensões da realidade que continuam em grande parte inexploradas no mundo moderno”; em dois outros artigo que escrevi intitulado: “Aonde a linguagem e o conceito não alcançam, poderemos ser conduzidos apenas pelo silêncio” e “A Introspecção Yogue como novas perspectivas para a ciência” nesses artigos, discuto justamente esses pontos de dimensões da realidade que continuam não sendo exploradas pelo mundo moderno através das ciências e até mesmo da grande maioria das práticas culturais-religiosas, mas que foram sistematicamente exploradas por contempladores (meditadores) ocidentais e orientais.

O ponto é que, quando colocamos em pauta, que determinados fenômenos do amplo espectro do que se pode entender como mente e consciência, num entendimento aonde a mente não é subproduto de um cérebro, ou seja, que essa é advinda de organizações mais sutis ou não físicas, ou pelo o menos de um espectro de natureza física que não conseguimos identificar com os nossos instrumentos de captação da realidade material ou também como realmente entendo, de espectros de realidades não físicas mesmas, aonde entendemos que toda natureza física ou material dos objetos conforme vamos adentrando em sua essência ou em seu universo subatômico não existe como apontado pelo físico Max Planck ou não portadores de natureza e realidade inerentes, portanto vazias se não fossem imputadas pela nossa mente através da vacuidade como apontado pelos textos tradicionais budistas tibetanos como por exemplo no “sutra do coração – prajnaparamita”, entende-se que a forma como a investigamos a natureza da mente por vias materiais biológicas não só é limitada, como é contraditória, por exemplo: os físicos investigam os fenômenos físicos da realidade, os biólogos os fenômenos biológicos, por que os neurocientistas e psicólogos, quando vão se debruçar em investigar sobre a natureza da mente, fadam essas às leis biológicas restringindo-as a partir de perspectivas biológicas, se a mente (seu objeto de pesquisa) é de uma outra ordem de natureza? Quando olhamos por essa perspectiva, vemos que há algo muito errado, do ponto de vista de selecionarmos quem vai investigar o que, e diferentemente dos físicos e biólogos que ocupam o devido lugar de suas investigações científicas, o mesmo não acontece com os psicólogos e neurocientistas quando se colocam como protagonistas nas ciências naturais a serem os investigadores da mente. Não a outra explicação para essa bizarra naturalização no meio científico aonde psicólogos e neurocientistas com seus arranjos epistémicos e paradigmáticos dentro da ciência naturais se colocarem a pesquisar um fenômeno de ordem não biológica e não física como no caso da mente, aonde a última coisa que fazem é pesquisar qualquer coisa ou possibilidade de sondar esses espectros não físicos da natureza, ficando apenas a dar voltas ao seu entorno, através de observações biológicas. Se não fosse pelo simples fato de constatarmos o grande “tabu” que ainda existe nas ciências naturais e em suas epistemologias quando o assunto é pesquisar a mente, a sua natureza e as suas propriedades e abrirmos para o debate franco e honesto, que essa não é regida por leis físicas e biológicos e sim por leis não físicas ou espirituais, penso que essa delimitação estúpida, em limitar a investigação da mente ou do não físico a partir de leis biológicos, é como levar o seu relógio quebrado em um sapateiro, não faz sentido algum!

@professormichelalves

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